Silêncio-ternura

Ao Zé Dutra


As pedras rolam
e seguem
és tempo e inauguração
furacão e brisa.
Se és terra,
abraço tua ternura,
mas teus olhos não.
Se deixas minha alma
sem chão, ela sorri,
quer voar por tua mão.
Sei que a vida se vive uma vez
e são tantas as gaiolas
deste mundo...
Então, se eu morrer amanhã
sem nossa conversa
sob as árvores,
direi apenas
de teus olhos? incômodos
não burlarei
teu silêncio-incompletude,
nem descobrirás
meus véus-fragilidade

o resto são entrelinhas
e nada mais.

1 comment:

Leandro Borges said...

Olá, congratulações pelo belo poema. Admiro a força das imagens e dos sentimentos criados e expressos.
O mundo nunca despoetizará! ;)