Ao Zé Dutra
As pedras rolam
e seguem
és tempo e inauguração
furacão e brisa.
Se és terra,
abraço tua ternura,
mas teus olhos não.
Se deixas minha alma
sem chão, ela sorri,
quer voar por tua mão.
Sei que a vida se vive uma vez
e são tantas as gaiolas
deste mundo...
Então, se eu morrer amanhã
sem nossa conversa
sob as árvores,
direi apenas
de teus olhos? incômodos
não burlarei
teu silêncio-incompletude,
nem descobrirás
meus véus-fragilidade
o resto são entrelinhas
e nada mais.
Rio & tempo
funéreo o penhasco
suja a água
sem o dom original,
desacompanhada do leito
já sem curso
mas as gentes sorriam e
falavam
olhando o estranho rio,
com dobras no curso
longe do leito
no escuro do rio
– as dores das gentes
escuras também
em seu parco viver.
suja a água
sem o dom original,
desacompanhada do leito
já sem curso
mas as gentes sorriam e
falavam
olhando o estranho rio,
com dobras no curso
longe do leito
no escuro do rio
– as dores das gentes
escuras também
em seu parco viver.
sono
I
não havia esteira
no eco do sonho
não havia esteira
e a vida dormia
dormia
II
um dia acordou cansada,
bruxas haviam rondado
sua noite
o sono fugia-lhe
pelos vãos do escuro
– não havia luar
III
noite adentro
perambulou sem fé
cactos lânguidos
jogavam a sorte
nos espinhos
é hora de cair as
cortinas
– talvez acordar.
não havia esteira
no eco do sonho
não havia esteira
e a vida dormia
dormia
II
um dia acordou cansada,
bruxas haviam rondado
sua noite
o sono fugia-lhe
pelos vãos do escuro
– não havia luar
III
noite adentro
perambulou sem fé
cactos lânguidos
jogavam a sorte
nos espinhos
é hora de cair as
cortinas
– talvez acordar.
Silêncio
O silêncio morno
dos teus olhos
carregados de
antigas partidas
avisam de um
real perigo
chegas manso
sem estardalhaço,
mas avanças
a cada dia um passo
tecendo o laço
que enlaça
nossas vidas
na doce sugestão de
carnudos lábios
sem ganas
e flertes
entre o castanho e o negro
do olhar.
dos teus olhos
carregados de
antigas partidas
avisam de um
real perigo
chegas manso
sem estardalhaço,
mas avanças
a cada dia um passo
tecendo o laço
que enlaça
nossas vidas
na doce sugestão de
carnudos lábios
sem ganas
e flertes
entre o castanho e o negro
do olhar.
Insaciedade
o tempo
leva o rumo dos sonhos
no verde dos olhos
a tarde cala segredos
dilacerando o outono
as mãos são folhas
levadas pelo vento
na chuva do teu abraço
névoa-noite
tormenta-pele
anseio-delírio
lençóis no chão
insaciedade, insanidade
e o suor dos corpos
é chama eterna
de inconclusos
amantes
leva o rumo dos sonhos
no verde dos olhos
a tarde cala segredos
dilacerando o outono
as mãos são folhas
levadas pelo vento
na chuva do teu abraço
névoa-noite
tormenta-pele
anseio-delírio
lençóis no chão
insaciedade, insanidade
e o suor dos corpos
é chama eterna
de inconclusos
amantes
Posse
Se meu corpo te procura
não bastam lembranças
há a sede e a gana
jorro uma dança insana
em teu corpo nu
requebros de serpente
o vulcão de teu corpo
a fazer-me lânguida
na hora da posse
olhos fechados
mundo desconfigurado
só um gemido
a balbuciar
( talvez )
amor
eternidade? ( não somos deuses )
só chamas a consumir-se
na fúria do instante!
não bastam lembranças
há a sede e a gana
jorro uma dança insana
em teu corpo nu
requebros de serpente
o vulcão de teu corpo
a fazer-me lânguida
na hora da posse
olhos fechados
mundo desconfigurado
só um gemido
a balbuciar
( talvez )
amor
eternidade? ( não somos deuses )
só chamas a consumir-se
na fúria do instante!
Subscribe to:
Posts (Atom)